terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Padrões de Amor


"Se isso não é amor, o que mais pode ser?"

Pesquisa é como um filho, já diria minha professora Flávia Cunha. Algumas coisas a gente só descobre estudando. Não é à toa que nessas lidas e re-lidas, depois de tantas noites quase dormidas, há quem aprenda muito com o filho que cria. E então, andei lembrando do que aprendi sobre o amor nos últimos dias de aula e pensei em compartilhar.
Ao que interessa, o amor é tema de livro, de músicas, de novelas, de filmes... É inspiração de artistas. Pessoas falam e agem como se o amor fosse uma experiência simples – como diz a letra de “All you need is love” dos Beatles. Realmente, durante o decorrer das vidas, o amor assume muitas formas. Fatores como as preferências pessoais, diferenças de gênero, contexto histórico e cultural tornam o amor complexo e às vezes até confuso. Embora pareça ser universal, o significado e expressão de amor variam no tempo e espaço.
Com muita ousadia e vontade de desvendar essa complexidade, Robert Sternberg, um dos estudantes do amor, desenvolveu a famosa Teoria Triangular do Amor. Explicando que o amor tem três elementos componentes distintos que dão origem a diferentes formas de amor conforme a presença ou ausência deles. Sendo paixão, intimidade e compromisso (inclusive, Rob Bell em Flame, fala algo semelhante).
A paixão é maior no inicio do relacionamento, caracterizada por excitação, êxtase e euforia, desenvolvendo uma intensa incitação física, cognitiva e emocional. Quanto ao componente intimidade, está diretamente ligado à afeição, vinculação e sentimentos fortes de proximidade. O compromisso é o terceiro componente, tem como características preponderantes a dedicação e a dependência; este cresce por meio de decisões de passar momentos, de cuidar do outro, de compartilhar bens e superar problemas mesmo quando isto implica algum sacrifício pessoal.
Lindo né? Nem sempre.
Segundo Sternberg, os padrões de amor estão divididos em:
Não-amor _ Os três componentes do amor estão ausentes. Descrevendo a maioria dos relacionamentos pessoais, que são apenas interações casuais.
Gostar ou Afeição _ Intimidade é o componente presente. Existe proximidade, compreensão, apoio emocional, vínculos fortes e afetuosidade. Não há paixão nem comprometimento.
Paixão Intensa ou Paixão Louca _ A paixão é o único componente presente. Este é o “amor à primeira vista”, uma forte atração física e excitação sexual, sem intimidade ou compromisso. Que pode inflamar-se e desaparecer com a mesma rapidez ou, em algumas circunstâncias, até durar muito tempo.
Amor Vazio _ O comprometimento é o componente presente. Esse tipo de amor costuma atrelar relacionamentos de longo prazo que perderam tanto a intimidade como a paixão, ou em casamentos arranjados.
Amor Romântico _ Intimidade e paixão estão presentes. Amantes românticos sentem-se emocionalmente ligados e fisicamente atraídos. Com tudo, não estão comprometidos um com outro.
Amor Companheiro _ Intimidade e comprometimento estão presentes. Como uma amizade de longo prazo, comprometida, que costuma ocorrer em casamentos que a atração se extinguiu, mas em que os parceiros se sentem próximos um do outro e tomaram decisão de ficarem juntos.
Amor Ilusório _ Paixão e comprometimento estão presentes, sem intimidade. Esse é o tipo de amor que leva um namoro em turbilhão e rende milhares de canções. Um casal se compromete com base na paixão sem de darem tempo para desenvolver a intimidade. Geralmente, esse amor não dura (não mais que 5 anos), apesar da intenção inicial de comprometer-se.
Amor Consumado (O AMOR DE CANTARES) _ Os três componentes estão presentes. É o amor “completo” que muitos se esforçam para ter, especialmente em relacionamentos românticos. Às vezes, é mais fácil alcança-lo do que manter-se nele. Cada parceiro pode mudar o que quer do relacionamento. Se o outro parceiro muda também, o relacionamento pode perdurar. Se o outro parceiro não muda, o relacionamento pode se dissolver.
Concluindo... “Viveram felizes para sempre” não precisa ser um sonho, mas se for realidade, a felicidade deve se basear em sentimentos mútuos em diversas épocas da vida. Não se desaponte, se você espera que a sua paixão dure ou que a sua intimidade jamais seja posta à prova, dedique-se a cultivar o amor!
A teoria sugere que devemos trabalhar constantemente a compreensão, a construção e a reconstrução dos nossos relacionamentos amorosos. Ao invés de esperar que relacionamentos cuidem de si mesmos ou de tentar inventa-los, devemos assumir a responsabilidade de desistir deles quando não vale o risco ou investir para torná-los os melhores possíveis, quando forem verdadeiros e completos.

E na prática, a teoria é outra? Fica a dúvida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário